Como os aviões “freiam”?

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Quando falamos em frenagem, a primeira imagem que vem à cabeça é a de um carro reduzindo a velocidade com o uso dos freios. Mas e os aviões? Como eles conseguem diminuir a velocidade no ar, especialmente durante a aproximação para o pouso ou em situações que exigem uma perda rápida de energia cinética? A resposta está em superfícies aerodinâmicas especializadas, como spoilers, airbrakes e outros sistemas projetados para aumentar o arrasto e reduzir a sustentação.

Por que os aviões precisam “frear” no ar?

Diferente dos carros, que utilizam atrito entre os pneus e o asfalto para reduzir a velocidade, os aviões precisam de soluções aerodinâmicas para fazer isso de maneira segura. Como estão suspensos no ar, não há superfície sólida para a aplicação de freios convencionais. Dessa forma, o controle da velocidade é feito manipulando a resistência do ar e a potência dos motores.

A capacidade de reduzir a velocidade de forma controlada é essencial para:

  • Aproximações e pousos segurança: O avião precisa atingir uma velocidade ideal para o pouso sem comprometer a estabilidade.
  • Descidas rápidas: Em algumas situações, os pilotos precisam perder altitude rapidamente sem ganhar velocidade excessiva.
  • Voos em formação ou manobras militares: Em operações militares, controlar a velocidade é fundamental para manter a coordenação entre aeronaves.

Spoilers: o segredo da perda de sustentação controlada

Os “Spoilers” do avião

Os spoilers são painéis localizados na parte superior das asas que se erguem para interromper o fluxo de ar, reduzindo a sustentação e aumentando o arrasto. Eles são fundamentais em diversas fases do voo:

  • Durante o voo: Em descidas rápidas, os spoilers ajudam a reduzir a velocidade sem aumentar muito a taxa de descida, garantindo um controle mais preciso.
  • Na aproximação para o pouso: Pequenos ajustes nos spoilers ajudam a controlar a velocidade final e a taxa de descida antes do toque na pista.
  • Após o pouso: Os spoilers são completamente acionados assim que o avião toca o solo, ajudando a transferir o peso da aeronave para as rodas, melhorando a aderência e a eficácia dos freios de solo.

Airbrakes: freios aerodinâmicos puros

Diferente dos spoilers, que afetam tanto o arrasto quanto a sustentação, os airbrakes (freios aerodinâmicos) são dispositivos projetados exclusivamente para aumentar a resistência do ar sem comprometer a capacidade do avião de se manter voando.

Os airbrakes são mais comuns em aeronaves militares e jatos supersônicos, onde a necessidade de reduzir rapidamente a velocidade é essencial para manobras seguras. Eles podem ser encontrados em caças como o F-16 e em algumas aeronaves comerciais, como os Concorde, onde ajudavam a reduzir a velocidade antes do pouso.

Outros métodos de frenagem aerodinâmica

Reversores de empuxo
  • Reversores de empuxo: Após o pouso, alguns aviões comerciais e cargueiros utilizam reversores de empuxo nos motores, redirecionando a força dos jatos para frente. Isso ajuda a reduzir a velocidade rapidamente na pista, complementando os freios mecânicos.
  • Flaps: Embora sua função principal seja aumentar a sustentação em baixas velocidades, os flaps também criam um arrasto considerável, auxiliando na redução gradual da velocidade durante a aproximação.
  • Parquedas de frenagem: Muito usados em caças e aeronaves militares, como no exemplo do vídeo logo abaixo,  os paraquedas são acionados após o pouso para auxiliar a frenagem em pistas curtas ou escorregadias.

Por que tudo isso importa?

A frenagem no ar é essencial para garantir que um avião possa pousar de forma segura e dentro dos limites da pista. Um controle preciso da velocidade é vital para evitar situações como aproximações instáveis, pousos longos ou dificuldades na desaceleração pós-toque.

Para os entusiastas da aviação, observar como esses mecanismos funcionam pode trazer um novo nível de apreciação pela complexidade do voo. Da próxima vez que você estiver a bordo de um avião, preste atenção nos spoilers se erguendo durante o pouso – eles são uma peça fundamental na segurança da operação!

 

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